Série Peão (2020)
Ideia de uma série enraizada no povo, no quotidiano, na rotina, na diferença do detalhe.
Inicia com peças firmes crédulas na verticalidade, verdade e dogma. Quase como pessoa estanque.
Pouca flexibilidade de movimentos, mais rigidez marcada pelo número um visível nos dedos das mãos.
Transição de movimentos, abandonando em cada peça a rigidez da postura.
Sequência de seres – povos - numerado, à primeira vista, todo igual.
É crescente a diferenciação no detalhe e pormenor, surge o órgão sexual, o feminino e masculino. Anatomicamente crescendo.
Série que surge da rotina, classe menor, do genérico que é impossível de catalogar em uma só gaveta.
Surge o desafio estético, a evolução.
O coma e o caminhante. O iniciante e o mestre.
108 é a intenção – 108 peões.
108 Virtudes e 108 Impurezas.
Como na primeira série de peças feitas em cerâmica (108 Expressões), este número invoca o conhecimento, as coincidências, o estudo maior.
O desenvolvimento e a energia envolvente.
Começar por ignorante e acabar com a sabedoria de o continuar a ser.
Consuma como uma série relacionada directamente com o indivíduo enganado pensando que é genérico, com o abandono da rigidez e frieza de um início.
Com a aquisição de movimentos mais soltos e fluidos.
Pessoa enquanto número, energia divina, pecador e caminhante, aprendiz e mestre. Degrau de motivação e escalada de vontade.